Género, violência e representação.
Textos de criação literária na imprensa feminina peninsular
(1848-1918)
REF.: PID2020-113138GB-I00
Investigadores principais
Elena Losada Soler (ADHUC-Universitat de Barcelona) y María Xesús Lama López (ADHUC-Universitat de Barcelona).
Equipa
Alejandro Alonso Nogueira (Brooklyn College, CUNY), Francesco Ardolino (Universitat de Barcelona), Susana Bardavío Estevan (Universidad de Burgos), Santiago Díaz Lage (UNED), José Manuel González Herrán (Universidade de Santiago de Compostela), Cèlia Nadal Pasqual (Università per Stranieri di Siena), Antonio Pedrós-Gascón (Colorado State University), Robin Ragan (Knox College), Donatella Siviero (Università di Messina), Akiko Tsuchiya (Washington University in St. Louis) y Aurélie Vialette (Stony Brook University).
Estagiários pré-doutorados
Carolina Dutra Carrijo (Universitat de Barcelona), Catalina Mir Jaume (Universitat de Barcelona) y Antonio Terrón Barroso (Universitat de Barcelona).
O projeto "Gênero, violência e representação. Textos de criação literária na imprensa feminina peninsular (1848-1918) GenViPreF" (PID2020-113138GB-100) visa analisar as formas de violência representadas e implícitas num corpus de obras de criação literária publicadas em alguns cabeçalhos selecionados e representativos da imprensa feminina peninsular entre 1848 e 1918.
O nosso objetivo é detectar as representações de violência estrutural ou simbólica, intensamente naturalizadas e internalizadas nesse período. Os textos publicados em revistas femininas permitir-nos-ão documentar até que ponto e por que razões as mulheres se estabelecem frequentemente como transmissoras da moral prevalecente, divulgando o modelo do "anjo do lar", que muitas vezes contradiz as suas próprias atitudes e práticas na vida. Propomo-nos a estudar estas contradições e "imposições" observadas entre o discurso público e a realidade biográfica de algumas mulheres que desempenharam um papel social muito diferente do exigido pelo habitus. Da perspectiva dos estudos feministas, de gênero e da literatura feminina, estudaremos os fatores que levam à formulação de reivindicações e denúncias que dão lugar à representação de uma realidade silenciada, especialmente significativa na vida das mulheres, tais como a violência de gênero. A evolução do discurso da modéstia para atitudes vingativas e a denúncia de certos mecanismos de subjugação entra nessa época na produção cultural das mulheres e gera um debate na esfera pública que é por vezes confrontado com reações violentas tanto na esfera pública como na privada, gerando textos argumentativos com estratégias diversas. O nosso objetivo é analisar até que ponto as mulheres que escrevem com a consciência de se dirigirem a um público feminino representam estas tensões nos seus textos e conseguem mostrar um problema social oculto, que gradualmente aparecerá também como tema de ficção.
O corpus em estudo inclui uma seleção de revistas publicadas entre 1848 e 1918 na Península Ibérica, como por exemplo, El Correo de la Moda, La Ilustración de la Mujer, A Voz Feminina o Feminal.