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Scripta Nova
REVISTA ELECTRÓNICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona.
ISSN: 1138-9788. Depósito Legal: B. 21.741-98
Vol. VIII, núm. 170 (42), 1 de agosto de 2004

OS USOS POLÍTICOS DA TECNOLOGIA, O BIOPODER E A SOCIEDADE DE CONTROLE: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Sandra Rodrigues Braga
Professora de Geografia

Vânia Rúbia Farias Vlach -
Instituto de Geografia- Universidade Federal de Uberlândia

 



Os usos políticos da tecnologia, o biopoder e a sociedade de controle: considerações preliminares (Resumo)

As técnicas desempenham importante papel na constituição e manutenção da sociedade do controle. Os instrumentais refinados de comunicação e informação, resultantes da terceira revolução tecnológica, enraizam-se nas subjetividades, produzem novos desejos e sensações – o pós-humano. Sobre essa base, emerge uma nova tecnologia do poder, o biopoder, objeto de análise desse artigo, que se divide em três partes. A primeira discorre sobre a gênese e as características do biopoder, a partir do legado teóricobiopolíticas, que, facilitando alguns procedimentos, dificultam outros. Promessas de uma nova democracia, as inovações tecnológicas criaram novas desigualdades e exclusões, debilitaram as resistências dos trabalhadores e ampliaram o domínio sobre eles. O último tópico caracteriza a sociedade do controle, apontando os seus limites e a topia de sua superação de Michel Foucault. A segunda demonstra que as tecnologias não são entidades neutras, mas, ferramentas.

Palavras-chave: novas tecnologias, biopoder, sociedade do controle.

 



The political utilization of the technology, the biopower and the controlling society: preliminary considerations (Abstract)

Techniques play an important role in the constitution and maintenance of the controlling society. The sophisticated apparatus of communication and information, which is an effect  of the third technological revolution, are rooted in the subjectivities and produce new desires and sensations - the post-human. Based on this assertion, a new technology of power – the biopower – emerges, being the object of analysis of this article, which is divided in three parts. The first part addresses the genesis and the characteristics of the biopower, starting from Michel Foucault's theoretical legacy. The second part demonstrates that the technologies are not neutral entities, but, biopolitical tools that, facilitating some procedures, are able to hide others. Being the promises of a new democracy, the technological innovations have created new inequalities and exclusions, weakening the workers' resistances and enlarging the domain on them. The last topic characterizes the controlling society, pointing out its limits and the ‘tópos’ of its overcoming.

Key-words: new technologies, biopower, controlling society
 



Entre 7 de janeiro e 17 de março de 1976, Michel Foucault ministra, no Collège de France, um curso intitulado Il fault défendre la societé. É na última aula desse curso que o filósofo trata do biopoder, temática desenvolvida, posteriormente, em A vontade de saber. Essa nova tecnologia do poder determina a emergência de uma sociedade, marcada menos pelo confinamento que pelo controle, cuja caracterização será feita por Giles Deleuze, em um texto de 1990. O presente artigo discute o papel das novas técnicas na articulação/manutenção da sociedade de controle, na qual o biopoder constrói uma superfície discursiva sobre a qual se move a história.

Em defesa da sociedade

Como afirma Antônio Maia (1985, p. 84), Foucault “não pretende fundar uma teoria geral e globalizante, e sim trabalhar uma analítica de poder capaz de dar conta do seu funcionamento local, em campos e discursos específicos e em épocas determinadas”. Destarte, o filósofo analisa a sociedade ocidental, centrando-se no desenvolvimento das tecnologias de poder sob o modo de produção capitalista.
Assim, a superação histórica da forma de poder soberano, dominante na Idade Média, pela emergência do poder disciplinar no final do século XVII, pode-ser compreendida como uma decorrência da expansão do sistema fabril na Europa e da progressiva especialização do trabalho que ele demanda. Nessa acepção, o poder disciplinar centra-se no adestramento do corpo, com vistas a um melhor aproveitamento do tempo e concomitante maximização do rendimento do trabalho. Através da disciplina, “[...] somos julgados, condenados, classificados, obrigados a desempenhar tarefas e destinados a um certo modo de viver ou morrer” (Foucault, 1987, p. 180).

A partir dos corpos que controla, a disciplina produz quatro tipos de individualidade: “é celular (pelo jogo da repartição espacial), é orgânica (pela codificação das atividades), genética pela acumulação do tempo, é combinatória (pela composição das forças)”, como demonstra Fermin Schramm (2004, p. 1).

Com a sólida estruturação do sistema capitalista, por interveniência das revoluções liberais do século XVIII, emerge uma nova tecnologia de poder preocupada menos com o disciplinamento do corpo individual, já moldado pelo trabalho parcelar, que com o controle do corpo social. A partir desse momento, uma série de intervenções políticas e econômicas, volta-se para a incidência de epidemias, para o controle das taxas de natalidade, longevidade e mortalidade, forjando as tecnologias de população. O poder investe, nesse momento, sobre os corpos socializados.

Foucault (2000, p. 288-289) caracteriza o biopoder, comparando-o com o poder disciplinar:

Uma tecnologia de poder que não exclui a primeira, que não exclui a técnica disciplinar, mas que a embute, a integra, que a modifica parcialmente e que, sobretudo, vai utilizá-la implantando-se de certo modo nela, e incrustando-se efetivamente graças a essa técnica disciplinar prévia. Essa nova técnica não suprime a técnica disciplinar simplesmente porque é de outro nível, está noutra escala, tem outra superfície de suporte e é auxiliada por instrumentos totalmente diferentes.

Vis-à-vis com o processo de transformação do capital, que caminha para sua fase monopolista (no viés econômico) e imperialista (no viés político), no século XIX, poder disciplinar e biopoder passam a constituir uma unidade, por meio da eclosão da sociedade normalizadora, cujos mecanismos de regulação e correção produzem, avaliam e classificam as anomalias do corpo social, ao mesmo tempo em que as controlam e eliminam (Foucault, 2000).
Para Ewald (1993, p. 86), a norma pode ser entendida como “um princípio de comparação, de comparabilidade, uma medida comum, que se institui na pura referência de um grupo a si próprio, a partir do momento em que só se relaciona consigo mesmo, sem exterioridade sem verticalidade”. A exterioridade, imanente ao neocolonialismo, é, a um só tempo, o ápice e o limite da norma.

O locus de exercício do biopoder é a cidade. Ainda que só muitos anos após a Revolução Industrial, os rurícolas deixassem de ser majoritários no contexto da população mundial economicamente ativa, as cidades assistiram a um rápido crescimento à medida que se configurou uma nova divisão sócio-territorial do trabalho. Ricardo Teixeira e Antônio Cyrino (2003, p. 157) informam:

Em 1485, a Inglaterra tinha 2,5 milhões de habitantes; cerca de dois séculos depois (±1700), terá 5 milhões; mais um século (±1800) e terá 10 milhões e, até 1851, duplicará mais uma vez. Em 1750, tinha apenas duas cidades com mais de 50.000 habitantes; em 1851, 29, das quais nove ultrapassavam 100.000 habitantes.

Esses autores asseveram que um processo de urbanização semelhante se deu em todas as regiões do mundo industrializado, transformando as cidades em focos de ameaças políticas e sanitárias: “Os bairros operários que fizeram a população parisiense duplicar na primeira metade do século 19, tornaram-se, ao redor das indústrias que se multiplicavam na periferia de Paris, o “meio de cultura” ideal para doenças e convulsões sociais” (Teixeira e Cyrino, 2003, p. 157).
Se as cidades representam economias de agregação para o capital, acondicionando, em um só local, um exército de reserva de trabalho e toda uma infra-estrutura de produção, elas constituem, igualmente, focos de propagação de “doenças e convulsões sociais”, que demandam uma série de cuidados, à medida que “as classes perigosas” crescem numericamente.
Christian Topalov (1996, p. 23) afirma:

A idéia de que existem ‘problemas urbanos’ é recente. Tem sua origem nos começos do século XX com os reformadores de moradias e os primeiros urbanistas, os filantropos e os assistentes sociais, que tinham de enfrentar a realidade das grandes metrópoles do mundo industrial.

Enquanto o capitalismo se transforma,

[...] a expansão da função panóptica pelo corpo social viabilizou o exercício amplo, intenso e não violento do poder. Percebe-se ser mais rentável vigiar que punir: os custos econômicos e políticos são menores e o poder integra-se ao crescimento da própria eficácia produtiva (Schramm, 2004, p. 1).

Para Foucault, o biopoder tem por agente máximo o Estado moderno, cuja bioregulamentação volta-se não para o “fazer morrer” (como no poder soberano medieval), mas para o “fazer viver”, encompridando o ciclo produtivo da vida humana coletiva. É neste contexto que Regina Souza e Silvio Gallo (2002) defendem ser o welfare state um exemplo paradigmático de sociedade biopolítica.

Como se trata de “fazer viver” e, em determinados casos, “deixar morrer”, a biopolítica faz nascer sistemas de seguridade social, de previdências públicas e privadas, de poupanças. Em suma, podemos dizer que a própria noção de Estado de bem-estar social só foi possível sob a égide do biopoder (Souza e Gallo, 2002, p. 7).

Entretanto, em um livro lançado pela Harvard University Press, que ganha rápida notoriedade, Michael Hardt e Antonio Negri (2000/2001) retomam a noção foucaultiana de biopoder em um contexto totalmente diferente. Eles a complementam com a idéia de sociedade de controle (Deleuze, 1992) e afirmam que biopoder e sociedade de controle são os substratos da nova ordem mundial que eles denominam Império.

À formatação do Império, concorrem a minimização do papel do Estado nos países subdesenvolvidos e o gradativo desmonte do welfare satate. Por Império, esses autores entendem uma estrutura de poder supranacional extremamente fluida, da qual participam, além dos países mais desenvolvidos do mundo (o G-7), os países subdesenvolvidos, por meio de sua presença nos diversos órgãos de decisões intergovernamentais (a ONU e a OMC, à guisa de exemplo), e as ONGs, que, falando em nome de imperativos éticos e morais, legitimam a atuação do Império.

Neste contexto, “o biopoder é outro nome da real submissão da sociedade ao capital, e ambos são sinônimos da ordem produtiva globalizada” (Hardt e Negri, 2001, p. 37). Esses autores defendem que o biopoder é a forma de poder que norteia a vida social por dentro, interpretando-a e rearticulando-a.

Deste modo, ainda que não mais seja um atributo apenas do Estado, o biopoder continua, nessa nova conjuntura, a “fazer viver” e a “deixar morrer”, o que permite que “a morte do outro, a morte da raça ruim, da raça inferior (ou do degenerado, ou do anormal)” seja aquilo que “vai deixar a vida em geral mais sadia; mais sadia e mais pura” (Foucault, 2000, p. 305).
O biopoder, utilizando pseudo-argumentos biológicos, escolhe a quem deixar morrer. Para essa escolha, a partir do último quartel do século passado, ele passa a dispor de instrumentos altamente sofisticados, baseados em uma linguagem digital comum, por intermédio da qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada e transmitida.

O Império rumo à onisciência divina

A revolução tecnológica, que vivemos desde a década de 1970, representa um evento histórico comparável à Revolução Industrial, induzindo um padrão de descontinuidade nas bases materiais da economia, sociedade e cultura através das tecnologias de informação, processamento e comunicação (Castells, 1999). Trata-se, portanto, de uma revolução que se dá menos no produto que na técnica de produção.

Para Manuel Castells (1999), a terceira revolução tecnológica caracteriza-se pelo fato de que, pela primeira vez, há uma assumpção da mente humana como força direta de produção, não se limitando a um simples elemento no sistema produtivo. Isso ocorre em um contexto de unificação do conhecimento aplicado e da informação necessária à geração de novos conhecimentos em um ciclo retroalimentador que torna muito mais rápida a difusão de novas tecnologias, que são reapropriadas e redefinidas pelos usuários.

Félix Guattari afirma que esse processo de produção-difusão-apropriação e recriação da informação leva a um movimento duplo e simultâneo, colocando as possibilidades de uma “homogeneização universalizante e reducionista da subjetividade e uma tendência heterogenética, quer dizer, um reforço da heterogeneidade e da singularização de seus componentes”, o que abre duas alternativas históricas: “a criação, a invenção de novos Universos de referência” ou a “mass-midialização embrutecedora, à qual são condenados hoje em dia milhares de indivíduos” (Guattari, 1992, p. 15-16).

O efeito do desenvolvimento de tais tecnologias é a (re)produção de subjetividades, pelas novas necessidades, relações sociais, corpos e mentes que constroem, em um movimento que vem sendo denominado de pós-humanização.
Mesmo se não produzidas pelo grande capital, tais tecnologias de informação são, de pronto, incorporadas por este, já que “o circuito econômico é um sistema informacional” e esses sistemas “constituem redes construídas em torno de centros hierarquizados. Entre si, são postas em relação pelos dispositivos de interface” (Claval, 1993, p. 171-174 passim).

A sociedade em rede possibilita uma passagem de comandos muito mais ágil dos comandos se comparada com os suportes rígidos e fixos dos sistemas de comunicação/transporte anteriores. Tais suportes são, igualmente, canais de veiculação do biopoder/controle social.

a) A observação por satélites

“Os progressos surpreendentes da técnica rompem, pela continuidade do ar e pela permeabilidade do éter, a escala de todas as compartimentações espaciais, em que se educara o espírito moderno” (Couto e Silva, 2003, p. 17).

Para Claval (1993), contribuem, para isso, a aviação e a informatização. A fotografia aérea e a teledetecção, assevera Claval (1993, p. 15), “ensinam sobre a posição dos lugares, mas também sobre sua diversidade, sobre a repartição daqueles que são assemelháveis” (Claval, 1993, p. 15), revelando-se um importante espaço de exercício da biopolítica.

De acordo com Aymeric Chauprade (2001, p. 692), “desde 1998, os americanos podem observar a terra de maneira permanente, a todo momento e a uma resolução decimétrica”, graças a três satélites do tipo KH-12 e um satélite Lacrosse, mas a observação civil da Terra a partir do espaço já começa em 1972 com o satélite americano de teledetecção Landsat, que, por anos, detém o monopólio das imagens espaciais no mundo. Só em 1986, é lançado o satélite francês Spot, que passa a concorrer com o programa Landsat. (Chauprade, 2001). Portanto, ainda que desenvolvidas, inicialmente, para usos militares, as novas tecnologias, progressivamente, vão se privatizando.

Assim, a observação espacial, fator decisivo para a superioridade militar americana, constitui, igualmente, rica fonte de lucros para alguns empresas daquele país.

A complementaridade de interesses militares e civis que se encontra no conjunto das técnicas de observação espacial permite, de mais a mais, as sinergias em matéria de financiamento dos custos de desenvolvimento e de colocação em órbita; mas, ao mesmo tempo, a questão da segurança da informação é claramente posta a partir do momento em que o interesse militar ancora o interesse comercial. [...] Os americanos provam sua capacidade de conjugar privatização e defesa, interesse comercial e interesse nacional, seu ponto forte justamente por possuir um sistema de informações infiltrado na rede econômica e capaz de a segurar (Chauprade, 2001, p. 694 passim).

Complexos de satélite e extensas redes de fibras óticas, rapidamente, alteram a capacidade humana de produzir, armazenar, transmitir e reproduzir informações.

b) A engenharia genética

A evolução das técnicas permitiu, também, que, no fim do século XX, fosse seqüenciado o código genético humano, composto por, aproximadamente, 30.000 genes. Sarita Albagli (1998, p. 1) afirma:

As chamadas novas tecnologias compreendem um conjunto de aplicações de descobertas científicas, cujo núcleo central consiste no desenvolvimento de uma capacidade cada vez maior de tratamento da informação, bem como de sua aplicação direta no processo produtivo: seja de informação simbólica, por meio da comunicação inteligente entre máquinas ou por máquinas, como na microeletrônica e na informática; seja ainda da informação da matéria viva, por intermédio da engenharia genética, base das biotecnologias avançadas.

Se essas técnicas permitem a melhoria da qualidade da existência humana pela criação de novos remédios que adiam a morte e pela multiplicação da capacidade de transplante de órgãos, não se pode negar as potencialidade de seu uso político. Rosemary Segurado (2002, p. 1) afirma:

Uma das características mais importantes da sociedade disciplinar foi o estabelecimento do exame, por meio da observação contínua dos doentes, ao passo que o exame, na sociedade de controle, ganha contornos cada vez mais microscópicos, a bioinformática, que pode ser considerada como a forma mais intramolecular de se coletar informações sobre os indivíduos, por meio do código genético.

Os exames genéticos são potencialmente promotores de uma quebra de privacidade, sujeitando os indivíduos a um controle que determina padrões de normalidade, a serem seguidos por todos.

A norma cumpre, igualmente, uma função política: é a dobradiça entre os poderes disciplinares (sobre corpos individuais que perfilam em instituições) e o biopoder, uma nova tecnologia que se instala (na segunda metade do século XVIII), se dirige à multiplicidade dos homens, não na medida em que eles se resumem em corpos, mas na medida em que ela forma, ao contrário, uma massa global, afetada por processos de conjunto que são próprios da vida, que são processos como o nascimento, a morte, a produção, a doença etc. (Foucault, 2000, p. 289).

Tais padrões de normalidade, baseados em aparatos de análise genética, podem, eventualmente, servir para elevar preços de planos de saúde ou excluir potenciais portadores de doenças genéticas do mercado de trabalho. Mais importante que isto é o potencial de controle social, presente nos novos dispositivos de engenharia genética.

  c) O ciberespaço (?)

Brian Murphy (2004, p. 1) afirma que, para o americano comum, “el actual hegemonico ‘ciberespacio’ emergio de la privatizacion de facto de la Internet y su incorporación en las comunicaciones por computadora del comercio/corporativo” em 1993, com a privatização da tecnologia gestada no âmbito da Fundação Nacional da Ciência (NSF). Esse autor afiança que, desde 1978, nos Estados Unidos, “hubo cuatro disenhos del circuito ciberespacial: estado/universidad (la internet y sus precursores), comercial/corporativo, movimientos sociales/popular tecnologista; empresario. Cada uno representaba una ‘cibercultura’ diferente”, mas “las historias de las formas mediaticas han sido, a menudo, escritas por ‘los vencedores’ como narraciones lineales acerca de la emergencia forma hegemonica inevitable y ‘atemporal’”.

A Internet constitui o substrato da sociedade em rede, que cria uma nova espacialização, expressa nas cidades informacionais, cujas “redes eletrônicas livres das restrições de tempo e de espaço interagem e influenciam a dinâmica tangível da vida urbana”. E determinam, segundo Regina Célia Santos (2000, p. 1), “a possibilidade de monitoramento e controle de todos os espaços, de todos os fluxos”.

A capacidade de reinvenção das subjetividades pelos sistemas comunicacionais e informais tem sido objeto de grandes debates. Por um lado, estão os que defendem a ascensão do ciberespaço como locus de práticas democráticas, a exemplo de Pierre Lévy (1996, p. 118). Para esse autor, há, no espaço virtual

[...] recriação do vínculo social mediante trocas de saber, reconhecimento, escuta e valorização das singularidades, democracia mais direta, mais participativa, enriquecimento das vidas individuais, invenção de formas novas de cooperação aberta para resolver os terríveis problemas que a humanidade deve enfrentar, disposição das infra-estruturas informáticas e culturais da inteligência coletiva (Lévy, 1996, p. 118).

Na contracorrente desse pensamento, encontram-se Paul Virilio e Jean Baudrillard. Para o último, na atualidade, o homem não mais pensa o virtual, mas é pensado por ele, em um mundo em que a função essencial do signo é fazer obscurecer a realidade, liberando um número cada vez maior de informação, cuja rapidez e profusão fazem com que tenham cada vez menor sentido (Baudrillard, 1997). Virilio (1993) argumenta que as novas tecnologias de comunicação aceleram o processo de virtualização contemporâneo, potencializando a alienação imanente ao modo de produção capitalista

Mattelart (2001, p. 6) não hesita em afirmar que “a sociedade global da informação tornou-se uma disputa geopolítica, e o discurso que a cerca é uma doutrina sobre as novas formas da hegemonia”. O mesmo autor afiança que “a ideologia da sociedade da informação não é outra que aquela do mercado” (idem, p. 6).

Enquanto se travam discussões sobre o papel político e ideológico do ciberespaço, há que se salientar que “mais da metade do planeta jamais será servido por um telefone” (Ramonet, 1997, p. 147), um dos pré-requisitos para se garantir um passaporte para o ciberespaço.

A distopia da sociedade da vigilância

Interesses comerciais e militares confluem para fomentar a cooperação no desenvolvimento das tecnologias de controle, daí firmas particulares adaptarem tecnologias militares a usos civis. Nestor Mendez (2004, p. 1) asegura:
Hoy dia, la reseña de casi cada persona en el mundo desarrollado (y de cada vez mas gente en el Tercer Mundo) esta archivada en un conjunto de bases de datos recogidas, analizadas y accesibles para gobiernos y grandes empresas. Mas y mas, estas computadoras estan conectadas y comparten sus insidias ciberneticas. Usando redes de alta velocidad con inteligencia avanzada y numeros de identificacion tales como el Social Security Number en Estados Unidos, las computadoras pueden crear instantaneamente completos dossiers de millones de personas sin necesidad de un sistema centralizado.

David Lyon (1994) qualifica a vigilância contínua sobre a sociedade como uma potencialização do panóptico idealizado por Jeremy Bentham. Tratar-se-ia do Super panóptico, no qual a proliferação de câmeras espalhadas por todas as partes reproduziria essa arquitetura capaz de fazer “funcionar o projeto de uma visibilidade universal, em proveito de um poder rigoroso e meticuloso” (Bentham, 1977, p. 16), e que o autor compararia à onisciência de Deus, ao Olho que tudo vê. O panóptico, de enorme valor ao poder disciplinar, como mostra Foucault em Vigiar e punir, continuaria a existir no contexto da biopolítica, impulsionando a ascensão da sociedade do controle.

Se este modelo remete-se ao Estado policial, “à polícia de pensamento” que pode, assim, “manter vigilância constante em cima das vidas íntimas e relações de cada cidadão” (Lyon, 1994, p. 59), é certo que, no fim do século XX, a vigilância já é um fenômeno globalizado e globalizante que tem como referência básica o consumo.

Os meios para adquirir e controlar consumidores são múltiplos. Laymert Santos (2000), analisando o emprego e a difusão dos dados individuais, demonstra que a integração de bancos de dados permite a leitura de individualidades, com o estabelecimento de perfis que antecipam desejos e necessidades.

Outras técnicas são, amplamente, difundidas. Mesmo nos países subdesenvolvidos, os circuitos fechados de TV, os “pardais eletrônicos” – em tese destinados ao controle da velocidade –, as escutas telefônicas e os monitoramentos de mensagens eletrônicas são mecanismos amplamente utilizados de controle social.

Se “os americanos, muito cedo, tiraram partido desses instrumentos técnicos” (Claval, 1993, p. 143), o controle, provavelmente, utiliza-se de táticas ainda mais refinadas. Lyon (1994, p. 75) informa-nos sobre as tentativas do governo federal dos Estados Unidos e das grandes corporações, em nome de uma maior eficiência na localização de criminosos e na contenção de perdas tributárias, via sonegação ou fraudes, de unificarem os diferentes bancos de dados. Mesmo “partidos políticos também buscam fortalecer sua posição usando métodos computadorizados de vigilância para alcançar a opinião pública” (Lyon, 1994, p. 75).
Lyon (1994), embasado em Visions of social control, de Stanley Cohen, afirma que a perda de privacidade e a sociedade transparente são instrumentos de controle da classe média, já que para a underclass, que constitui 85% da população mundial, ainda vigem a exclusão e a vigilância punitiva. Zygmunt Bauman (2001), igualmente, identifica, na sociedade hodierna, uma dualidade entre o seduzido (pelo mercado) e o reprimido e assevera que o consumismo da classe média contribui, decisivamente, à manutenção da ordem social.

A sociedade do controle

É Giles Deleuze que, em um pequeno texto, escrito em 1990, usa, pela primeira vez, o termo sociedade de controle. Ele diferencia essa sociedade daquela gerenciada pelo poder disciplinar.

Nas sociedades de disciplina não se parava de recomeçar (da escola à caserna, da caserna à fábrica), enquanto nas sociedades de controle nunca se termina nada, a empresa, a formação, o serviço sendo os estados metaestáveis e coexistentes de uma mesma modulação, como que de um deformador universal (Deleuze, 1992, p. 223).

“O controle é, assim, uma intensificação e uma generalização da disciplina, em que as fronteiras das instituições foram ultrapassadas, tornadas permeáveis, de forma que não há mais distinção entre dentro e fora” (Hardt, 2000, p. 369). Retomando Deleuze (1992), Michael Hardt e Toni Negri diferenciam a sociedade de controle.

Devemos entender a sociedade de controle como aquela (que se desenvolve nos limites da modernidade e se abre para a pós-modernidade) na qual mecanismos de comando se tornam cada vez mais “democráticos”, cada vez mais imanentes ao campo social, distribuídos por corpos e cérebros dos cidadãos. A sociedade de controle pode, dessa forma, ser caracterizada por uma intensificação e uma síntese dos aparelhos de normalização de disciplinaridade que animam internamente nossas práticas diárias e comuns; mas, em contraste com a disciplina, esse controle estende bem para fora os locais estruturados de instituições sociais mediante redes flexíveis e flutuantes. (Hardt e Negri, 2001, p. 42-43).

Deleuze (1992) afirma que as sociedades disciplinares tinham por pólos a assinatura, indicadora da pessoa, e o número de matrícula, que designa sua posição no corpo social. O poder disciplinar é, a um só tempo, “massificante e individuante, isto é, constitui num corpo único aqueles sobre os quais se exerce, e molda a individualidade de cada membro do corpo” (Deleuze, 1992, p. 223).

Nas sociedades de controle, ao contrário, o essencial não é mais uma assinatura e nem um número, mas uma cifra: a cifra é uma senha, ao passo que as sociedades disciplinares são reguladas por palavras de ordem (tanto do ponto de vista da integração quanto da resistência). A linguagem numérica do controle é feita de cifras, que marcam o acesso à informação, ou a rejeição (idem, p. 223).

Deleuze (1992) assevera que a cada sociedade corresponde certos tipos de máquinas, que exprimem as formas sociais que lhes deram origem. Dessa maneira, as antigas sociedades, marcadas pelo poder soberano, manejavam máquinas simples, como alavancas e roldanas, as sociedades disciplinares mais recentes usavam máquinas energéticas e as sociedades de controle operam computadores.

Por meio das novas tecnologias de comunicação/informação, na sociedade de controle, nada escapa de uma documentação, partilhada entre diferentes instituições, cada vez mais abertas ao intercâmbio, produzindo um controle incessante.
Para Eneida Salgado (2004), a substituição de tecnologias do poder logo se faz presente no regime das prisões, em que penas substitutivas e “coleiras” de localização do condenado substituem, ao menos para a pequena delinqüência, o encerramento. O mesmo ocorre na instituição disciplinar escola, em que o exame periódico é trocado pela formação e avaliação contínuas.

O princípio modulador do “salário por mérito” tenta a própria Educação nacional: com efeito, assim como a empresa substitui a fábrica, a formação permanente tende a substituir a escola, e o controle contínuo substitui o exame. Este é o meio mais garantido de entregar a escola à empresa (Deleuze, 1992, p. 220).

Nas empresas, o antagonismo de classe é, progressivamente, substituído pela cooperação, expressa na participação dos trabalhadores nos lucros das empresas, as quais, progressivamente, necessitam de um número menor de homens. Nesse campo, tais modificações levam ao esvaziamento do poder sindical. “Sem dúvida a fábrica já conhecia o sistema de prêmios mas a empresa se esforça mais profundamente em impor uma modulação para cada salário, num estado de perpétua metaestabilidade, que passa por desafios, concursos e colóquios” (idem, p. 220).

Tais mudanças afetam, de maneira profunda, as subjetividades. Todas as necessidades, todos os desejos humanos transmutam-se em mercadorias. E as mercadorias, em função da rapidez dos fluxos comunicacionais, têm um ciclo de vida, mais e mais curto. O real se constrói e é destruído velozmente, de sorte que tudo com o que nos tínhamos familiarizado, torna-se, para nós, estranho.

Na sociedade sob controle, em que a rede tudo ordena, classifica, normatiza e sanciona, tudo é provisório. Os quadros de referência mudam antes de consolidar-se. No sem chão da sociedade em rede, destituída de passado e futuro, prisioneira do eterno presente, engendram-se novas subjetividades, novos desejos e sensações. Para Alexandre Barbalho (2003, p. 296),

As máquinas midiáticas não apenas con-formam subjetividades, as relacionam e ordenam, mas as integram ao próprio funcionamento do Império. Como observamos, o Império deve grande parte de sua legitimação à comunicação massificada. Há uma ligação orgânica entre a máquina imperial e a máquina comunicativa. A ponto de ser impossível separarmos uma da outra. Juntas formam um engenho autovalidante, autopoiético, sistêmico. A máquina imperial - midiática esvazia as contradições, neutraliza as diferenças.

É em função da revolução tecnológica, que “o marketing é agora o instrumento de controle social, e forma a raça impudente de nossos senhores” e “o homem não é mais confinado, mas o homem endividado” (Deleuze, 1992, p. 223).
O consumismo torna-se, destarte, um dos anteparos de sustentação dessa sociedade. Para Deise Mancebo et al. (2002), o consumo deve ser compreendido como um processo de comunicação, no qual a circulação, a apropriação de bens e os signos diferenciadores compõem a nossa linguagem.

Para esses autores, o consumo referencia-se à abundância, organizando-se de dois modos complementares: a profusão e a panóplia. A profusão evidencia o excedente, negando a escassez, ao passo que a panóplia, ao organizar os objetos em coleções, cria uma artificial unidade entre eles, que impulsiona novo consumo. Deste modo, “a compulsão-transformada-em-vício de comprar é uma luta morro acima contra a incerteza aguda e enervante e contra um sentimento de insegurança incômodo e estupidificante" (Bauman, 2001, p. 95).

Vamos às compras pelas habilidades necessárias a nosso sustento e pelos meios de convencer nossos possíveis empregadores de que as temos; pelo tipo de imagem que gostaríamos de vestir e por modos de fazer com que os outros acreditem que somos o que vestimos; por maneiras de fazer novos amigos que queremos e de nos desfazer dos que não mais queremos; pelos meios de extrair mais satisfação do amor e pelos meios de evitar nossa “dependência” do parceiro amado (Bauman, 2001, p. 88)..

Deleuze (1992, p. 224) lembra-nos, entretanto, que o capitalismo mantém cerca de três quartos da humanidade em uma situação de extrema miséria, “pobres demais para a dívida, numerosos demais para o confinamento”, daí ter o controle, fatalmente, “que enfrentar a dissipação das fronteiras, mas também a explosão de guetos e favelas”.

Esta ruptura do continuum da sociedade de controle leva-nos a questionar a magnitude de seu projeto biopolítico. Como nos mostra Chauprade (2001, p. 697), “cada vez que uma revolução técnica chega, os homens pensam que ela significará o fim da história e a erradicação das lógicas do passado”. Estamos, todavia, condenados ao eterno retorno, a observar a coexistência da mais alta tecnologia biopolítica com a máxima disciplinarização do corpo.

Considerações finais

Prefiro as máquinas que servem para não funcionar:
quando cheias de areia de
formiga e musgo – elas
podem um dia milagrar de flores.
(Os objetos sem função têm muito apego pelo abandono.)
(O abandono me protege.)

Manoel de Barros, 1997

A biopolítica cria novas armas que podem eclodir as diferenças. Os usos das novas tecnologias são, ainda, objeto de disputa no que tange à arquitetura mundial das redes e à sua regulação. Dependendo do uso dos poderes e contrapoderes, as tecnologias da informação podem, por um fato, corroborar para a manutenção do status quo, produzindo as subjetividades que lhe são adequadas, ou podem, se incorporadas de maneira crítica e criativa, abrir espaços para o novo, o extramuros do controle.

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Ficha bibliográfica:

BRAGA, S. VLAC, V. Os usos políticos da tecnologia, o biopoder e a sociedade de controle: considerações preliminares.  Scripta Nova. Revista electrónica de geografía y ciencias sociales. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de agosto de 2004, vol. VIII, núm. 170(42). <http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-170-42.htm> [ISSN: 1138-9788]

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