Biblio 3W
REVISTA BIBLIOGRÁFICA DE GEOGRAFÍA Y CIENCIAS SOCIALES
Universidad de Barcelona 
ISSN: 1138-9796. Depósito Legal: B. 21.742-98 
Vol. XVIII, nº 1025, 15 de mayo de
2013
[Serie  documental de Geo Crítica. Cuadernos Críticos de Geografía Humana]

 

OLIVEIRA, Francisco Roque de (coord.). Leitores de Mapas: dois séculos de história da cartografia em Portugal.
Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, Centro de Estudos Geográficos, Centro de História do Além-Mar, 2012. 191 p. [ISBN 978-972-565-481-1]

Daniel André Fernandes Paiva
Centro de Estudos Geográficos, Lisboa

Daniela Alexandra Carvalho Ferreira
Centro de Estudos Geográficos, Lisboa


Recibido: 12 de diciembre de 2012; Aceptado 30 de enero de 2013


Palabras clave: Portugal, cartografía, historia de la cartografía

Key words: Portugal, cartography, history of cartography


 

O livro Leitores de mapas: dois séculos de história da cartografia em Portugal, coordenado por Francisco Roque de Oliveira (Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa), foi editado com o objetivo de acompanhar e complementar a exposição homónima que esteve patente entre 11 de Setembro e 15 de Outubro de 2012 na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, a qual foi realizada no âmbito do IV Simpósio Ibero-Americano de História da Cartografia, evento que decorreu no mesmo local em Setembro desse ano[1]. Reúne catorze textos inéditos, treze dos quais correspondem à biobibliografia dos mais destacados historiadores portugueses da cartografia cuja obra estava patente na exposição da Biblioteca Nacional, juntando-se a este conjunto um primeiro capítulo de enquadramento.

Se é verdade que os distintos capítulos do livro foram concebidos de forma autónoma, respeitando a sequência dada pela data de nascimento de cada um dos biografados, é possível perceber que a sua estrutura acaba por seguir de perto a organização em quatro secções que correspondeu ao arranjo da matéria na exposição da Biblioteca Nacional[2]. Uma primeira parte corresponde ao referido texto de enquadramento, escrito por Oliveira, sob o título: «Dois séculos de história da cartografia em Portugal» (pp. 11-24). São aí sintetizadas as principais etapas da historiografia portuguesa da cartografia antiga, analisando-se a evolução dos respectivos estudos, os contextos que os enquadraram, assim como os principais investigadores envolvidos na afirmação e no desenvolvimento desta disciplina em Portugal. Seguem-se textos dedicados a António Ribeiro dos Santos – com Francisco de Borja Garção Stockler – e Manuel Francisco de Barros e Sousa, 2º visconde de Santarém, correspondentes aos primeiros trabalhos portugueses sobre cartografia antiga, editados na primeira metade do século XIX. Uma terceira parte aborda a obra produzida na transição do século XIX para a século XX por Francisco de Sousa Viterbo, Ernesto de Vasconcelos, Joaquim Bensaúde e Luciano Pereira da Silva, Duarte Leite, Abel Fontoura da Costa, Gago Coutinho, Jaime Cortesão, Armando Cortesão e António Barbosa. Enquanto os estudos sobre história da cartografia realizados por Jaime Cortesão no Brasil, entre 1940 e 1957, constituem um capítulo relativamente autónomo em relação aos demais, um derradeiro conjunto de capítulos, sobre a segunda metade do século XX, ilustra os contributos mais tardios do já referido Armando Cortesão, Luís de Albuquerque e Avelino Teixeira da Mota.

A opção biobibliográfica deste livro resulta do propósito de apresentar “uma primeira aproximação inteligível e integrada” sobre a história da cartografia em Portugal (p. 13), agrupando e aprofundando informações sobre a vida e obra de cada autor que possa informar a escrita de uma grande obra que conjunto sobre esta mesma matéria que ainda está por realizar (p. 14). Cada texto sobre os “leitores de mapas” é precedido por uma fotografia ou imagem do historiador em análise, todas elas parte do espólio da Biblioteca Nacional de Portugal, exceto a do Almirante Ernesto de Vasconcelos, que pertence ao Arquivo Histórico da Biblioteca Central da Marinha, em Lisboa. Estas imagens, de cara ou de busto, permitem o fácil reconhecimento do historiador e ajudam a fixá-lo no seu tempo. De um modo geral, cada um dos textos está organizado de acordo com uma estrutura semelhante: inicia-se com os dados biográficos gerais, centrados na atividade profissional e científica do biografado; uma secção posterior apresenta o contexto político, cultural e científico em que o autor trabalhou; por último, enumeram-se os seus principais contributos para a história da cartografia, referindo-se sempre que possível os estudos realizados, as principais publicações, o impacto e receção na comunidade científica e o principal legado da sua obra potenciou.

A leitura deste livro permite apreender com facilidade a evolução da história da cartografia em Portugal, através das diferentes gerações de historiadores e das suas principais obras. Num primeiro momento, surge-nos António Ribeiro dos Santos (1745-1818), inovador neste campo ao publicar um texto que, de modo pioneiro, faz referência à história da cartografia no próprio título: «Memoria sobre dois Mappas Geograficos do Infante D. Pedro, e do Cartorio de Alcobaça». Publicado em 1814 nas Memorias de litteratura portugueza da Academia Real das Ciências de Lisboa, este escrito insere-se num contexto de crise, marcado pelas invasões napoleónicas e a tutela anglo-saxónica, circunstâncias às quais Ribeiro dos Santos reage através do estudo da história dos descobrimentos e da exaltação concomitante da pretensa grandeza antiga do reino. Estes estudos foram desenvolvidos principalmente na Academia das Ciências de Lisboa, onde, para além de Ribeiro dos Santos, se destacaram os trabalhos de Sebastião Francisco de Mendo Trigoso e Francisco de Borja Garção Stocker (capítulo “António Ribeiro dos Santos, 1745-1818”, por Francisco Roque de Oliveira, pp. 27-41). Num segundo momento, o 2º visconde de Santarém (1791-1856) trata a cartografia dos descobrimentos com uma abordagem rigorosa, que lhe granjeou lugar e prestígio na Sociedade de Geografia de Paris, onde viveu exilado e contactou com nomes como Alexandre von Humboldt, Victor-Adolphe Malte-Brun, Charles Walckenaer ou Armand d’Avezac. Acima de tudo, deve-se-lhe a primeira definição consistente de um projeto para a própria história da cartografia enquanto disciplina científica. Entre os principais contributos de Santarém para este campo do saber, destacam-se os seus Atlas, editados em 1841, 1842 e 1849, em conjunto com o importante Éssai sur l’histoire de cosmographie et de la cartographie (3 vols., 1849-1852). Ainda assim, o impacto da sua obra foi relativamente limitado, numa época marcada pelas polémicas luso-francesas acerca da posse de territórios oeste-africanos. Em Portugal, os estudos históricos, liderados por Alexandre Herculano, estavam centrados na Idade Média. No contexto europeu, a obra de Santarém foi influente na geografia e na historiografia, mas a sua herança teórica relativa à prioridade portuguesa na América e África não teve o eco ambicionado, circunstância a que não são estranhos quer o facto de Humboldt nunca ter retificado os seus textos relativos à prioridade dos descobrimentos europeus, quer a circunstâncias de autores como Francisco Adolfo Varnhagen terem mantido a ideia da prioridade americana de Vespucci (capítulo “2º visconde de Santarém, 1791-1856”, por Daniel Estudante Protásio, pp. 43-55).

Na transição do XIX para o século XX, alarga-se progressivamente o número de historiadores que consagram pelo menos parte dos seus estudos aos temas de cartografia histórica. Um primeiro conjunto de autores corresponde aos nomes de Francisco de Sousa Viterbo (1845-1910), Ernesto de Vasconcelos (1852-1930) e Joaquim Bensaúde (1859-1952), qualquer deles recenseados neste livro (capítulos da autoria de José Manuel Garcia, António Costa Canas e José Manuel Azevedo e Silva, respetivamente, pp. 57-89). O seu trabalho tem continuidade imediata nas obras de Luciano Pereira da Silva (1864-1926) (capítulo de André Ferrand de Almeida, pp. 91-96), Duarte Leite (1854-1950), Abel Fontoura da Costa (1869-1940) (dos dois capítulos por Zoltán Biedermann, pp. 99-111) e Carlos Viegas de Gago Coutinho (1869-1959) (capítulo por Maria Manuel Ferraz Torrão e Paula Cristina Cunha Santos, pp. 113-123). Neste período de transição entre séculos, um aspecto entre todos destaca-se do contexto político internacional que impulsionou, simultaneamente, a produção cartográfica portuguesa e o estudo da história da cartografia. Referimo-nos à centralidade adquirida pela colonização europeia em África, com as correspondentes questões relativas ao acesso às matérias-primas e à demarcação dos territórios, as quais tiveram o seu marco emblemático na Conferência de Berlim de 1884-1885 e na decorrente afirmação do “princípio da ocupação efectiva” como base de legitimação da posse territorial em África. A subsequente produção de material cartográfico dos espaços coloniais haveria de envolver futuros nomes importantes da história da cartografia portuguesa como Gago Coutinho, que laborou na delimitação das fronteiras do Zambeze com a África Central Britânica (1899), da fronteira de Angola com os territórios belgas (1900), da fronteira do distrito de Tete, em Moçambique (1904-1905), nas missões geodésicas da África Oriental (1907-1910), na demarcação da fronteira de Angola com o Barotze (1911) e na missão geodésica da ilha de S. Tomé (1915-1918). O mesmo sucedeu com Abel Fontoura da Costa, que integrou a Comissão de delimitação das fronteiras entre Angola e o Estado Livre do Congo (1901).

Nesta fase, também a Sociedade da Geografia de Lisboa, fundada em 1875, e a Comissão de Cartografia, criada em 1883, tiveram um papel fulcral na difusão de material científico sobre cartografia. Ernesto de Vasconcelos surge ligado a estas instituições, tendo disseminado trabalhos relevantes sobre a definição de fronteiras entre territórios coloniais europeus e tendo estado envolvido na recolha e divulgação de cartografia clássica para o espólio da Sociedade de Geografia de Lisboa. Outra instituição que teve grande importância neste período foi a Universidade de Coimbra, onde professores de matemática como Luciano Pereira se empenharam no tratamento articulado da história dos descobrimentos portugueses e da cartografia. De entre os seus textos destacam-se «A arte de navegar dos portugueses desde o Infante a D. João de Castro», reconhecida como a primeira exposição sistemática da náutica portuguesa entre 1450 e 1550, e «Duarte Pacheco Pereira precursor de Cabral» (ambos editados em 1921). A obra de Pereira da Silva, devido aos seus conhecimentos matemáticos, foi basilar para a argumentação numa questão central para a academia portuguesa: a demonstração da prioridade portuguesa nos descobrimentos e a refutação das teses de Humboldt sobre a mesma matéria. Joaquim Bensaúde foi pioneiro na construção deste discurso historiográfico apostado na defesa da precedência dos descobrimentos portugueses, que explanou em trabalhos como «L’astronomie nautique au Portugal  à l’époque  des grandes découvertes» (1912) ou «Les legendes allemandes sur l’histoire des découvertes maritimes portugaises» (1917-1919). Também se destacaram neste âmbito textos como «Os falsos precursores de Cabral» (1921) de Duarte Leite e «A Marinharia dos Descobrimentos» (1933-1934) de Abel Fontoura da Costa. As leituras sobre a ciência náutica e a história da cartografia portuguesa são retomadas e revistas nos primeiros trabalhos historiográficos de Jaime Cortesão (1884-1960), caso do livro L’Expansion des Portugais dans l’Histoire de la Civilisation, publicado em 1930 por ocasião da Exposição Internacional de Antuérpia. Exilado no Brasil a partir de 1940, Jaime Cortesão ministrará aí uma série de cursos sobre a história da cartografia brasileira, que mais tarde recebem a designação definitiva de “História da Formação Territorial do Brasil”. São os primeiros cursos neste campo com carácter didático no Brasil e estão na génese da obra História do Brasil nos velhos mapas (2 vols., 1957-1971) (capítulo por Francisco Roque de Oliveira, pp. 125-135).

Mas o nome que mais se destaca na história da cartografia em Portugal durante o século XX é o de Armando Cortesão (1891-1976), autor de títulos como Cartografia e cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI (1935), História da Cartografia Portuguesa (2 vols., 1969-1970) ou, ainda, a monumental colectânea Portugaliae Monumenta Cartographica, co-editada com Avelino Teixeira da Mota (5 vols., 1960-1962) (capítulo por Miguel Rodrigues Lourenço, pp. 137-149). Desde cedo envolvido nos assuntos coloniais ao serviço do Estado, tendo começado por participar na missão geodésica de S. Tomé de 1915-1918 e dirigido a Agência Geral das Colónias entre 1925 e 1932, Armando Cortesão tanto percebe a cartografia como uma ciência aplicada ou tecnológica, como se empenha em fazer a leitura historiográfica da sua evolução à luz desses mesmos valores de utilidade e precisão. É este entendimento positivista que orienta a sua leitura sobre a cartografia portuguesa, a começar pela discussão conjectural sobre as origens da cartografia em Portugal que trouxe consigo a questão das supostas relações entre a primitiva cartografia portuguesa e a herança clássica da projecção cilíndrica equidistante (ou de Marino de Tiro) traduzida na questão da “carta plana quadrada”. Se só depois da morte de Armando Cortesão foram questionados extensamente os aspectos mais controversos das suas teses, ainda nos anos de 1930 António Barbosa (1892-1946) contestou de modo contundente o mito da “carta plana quadrada”, ao mesmo tempo que ofereceu um dos contributos mais originais sobre as origens e evolução da cartografia náutica portuguesa da época dos descobrimentos (capítulo de Joaquim Alves Gaspar, pp. 151-162). Cinquenta anos mais tarde, Luís de Albuquerque (1917-1992), professor de matemática na Universidade de Coimbra, viria a reconhecer que as conclusões de Barbosa estavam corretas. Luís de Albuquerque teve especial interesse pela história da cartografia náutica, nomeadamente a técnica de marcação do ponto, os elementos de construção das cartas e a forma como tal se relacionava com a pilotagem (capítulo por Francisco Contente Domingues, pp. 165-173).

Avelino Teixeira da Mota (1920-1982), última personalidade tratada nesta obra, fez incidir os seus estudos na história dos descobrimentos, da cartografia e da náutica, assim como na geografia física e humana do Atlântico, da África e da América do Sul (capítulo por Carlos Manuel Valentim, pp. 175-186). Teve um percurso que passou sobretudo pelas então colónias portuguesas, tendo sido um dos fundadores do Centro de Estudos da Guiné Portuguesa, na década de 1940, onde se empenhou na construção de uma carta geográfica e humana que veio a ser considerada como uma das mais rigorosas e minuciosas representações do território. Teixeira da Mota realizou os primeiros estudos em Portugal sobre as relações afro-portuguesas, as sociedades africanas e a história de África. Colaborou com nomes como o geógrafo Orlando Ribeiro ou o antropólogo Jorge Dias. Veio a ser diretor do Centro de Estudos de Cartografia Antiga da Junta de Investigações do Ultramar, onde orientou a publicação das primeiras séries monográficas regulares editadas em Portugal sobre a história da cartografia. Como referido, colaborou com Armando Cortesão na edição dos Portugaliae Monumenta Cartographica, obra que ambicionou abarcar toda a cartografia portuguesa conhecida anterior ao século XVIII.  

O livro Leitores de Mapas destina-se a todos aqueles que têm especial interesse pela história da cartografia e pela história náutica, áreas que, regra geral, surgem ligadas nos estudos da generalidade dos nomes aqui mencionados. Trata-se de uma obra que permite adquirir uma visão de conjunto sobre o desenvolvimento destas matérias em Portugal, mesmo para quem não tenha tido a possibilidade de presenciar a exposição homónima. Apresenta ainda como grande vantagem o facto de estar bem sintetizada, permitindo uma leitura rápida e focada nos conteúdos mais importantes. Para além disso – e como detalhámos – o livro está organizado em capítulos que correspondem aos principais autores responsáveis pela evolução dos estudos sobre cartografia antiga em Portugal ao longo de cerca de duzentos anos, o que não apenas facilita situar cada um dos contributos, como avaliar as correspondências estabelecidas entre eles, assim como os distintos níveis importância. Esta é sem dúvida uma forma clara e simples de colocar à disposição de todos os potenciais interessados a longa sequência de dois séculos de história da cartografia em Portugal. Parafraseando o texto que introduz este livro, falta agora construir uma obra que ofereça uma visão crítica global sobre este campo académico ao qual Portugal emprestou um contributo pioneiro, correlacionando as diferentes escolas e períodos e sintetizando as grandes linhas de pensamento.

 

Notas


[1] Após as edições de Buenos Aires (2006), Cidade do México (2008) e São Paulo (2010), o IV Simpósio Ibero-Americano de História da Cartografia (Lisboa, 11 a 14 de Setembro de 2012) foi organizado pelo Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, em colaboração com o Centro de História de Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores e a Biblioteca Nacional de Portugal. Foi subordinado ao tema «Cartógrafos para toda a Terra. Produção e circulação do saber cartográfico ibero-americano: agentes e contextos». Para além das sessões regulares do Simpósio, que foram divididas em onze temas, a maioria dos quais incidindo sobre tópicos relacionados com a produção e circulação dos objetos cartográficos, realizaram-se duas sessões especiais. A primeira homenageou o desaparecido Professor Maurício de Almeida Abreu (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e focou a cartografia dos espaços urbanos americanos. A segunda sessão especial centrou-se na cartografia náutica, em homenagem à obra e vida do Almirante Max Justo Guedes.

[2] O primeiro dos núcleos da exposição da Biblioteca Nacional de Portugal designava-se «O Século do Visconde» e era dedicado exclusivamente à obra do 2º visconde de Santarém, Manuel Francisco de Barros e Sousa, pioneiro nos estudos históricos da cartografia em Portugal. O segundo núcleo, intitulado «O Círculo da Náutica», mostrava a obra produzida na transição do século XIX para o século XX, entre a afirmação dos interesses coloniais do país liderados pela acção da Sociedade de Geografia e o progressivo envolvimento da Armada e do saber universitário nas matérias relacionadas com o estudo dos mapas antigos e o seu aproveitamento pragmático para o mesmo projecto colonial. Neste período, para além do trabalho realizado por oficiais da Armada como Ernesto de Vasconcelos, Fontoura da Costa e Gago Coutinho, foi também fundamental o contributo de académicos ligados à Universidade de Coimbra, entre os quais a exposição destacou Luciano Pereira da Silva, Duarte Leite e Armando Cortesão. Jaime Cortesão foi o foco do terceiro núcleo, denominado «O Exílio do Cartógrafo», onde se destacavam os cursos sobre história da cartografia política brasileira que este historiador lecionou no Brasil entre 1940 e 1957. O quarto e último núcleo designava-se «Afirmação de uma Ciência» e percorria os contributos de Armando Cortesão, Avelino Teixeira da Mota e Luís de Albuquerque que assinalaram a “maturação de uma consciência epistemológica” para a história da cartografia. Os diversos núcleos incluíam livros, artigos, manuscritos autógrafos, fotografias, gravuras, atlas e mapas. Para mais detalhes sobre estes, consultar OLIVEIRA, Francisco Roque de; ESTEVES, Maria Helena. IV Simpósio Ibero-Americano de História da Cartografia. Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa, 11-14 de Setembro de 2012. Relatório. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos, 2012. pp. 24-42.

 

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[Edición electrónica del texto realizada por Ferran Ayala]

 

Ficha bibliográfica:

PAIVA, Daniel André Fernandes; FERREIRA, Daniela Alexandra Carvalho. Oliveira, Francisco Roque de (coord.). Leitores de Mapas: dois séculos de história da cartografia em Portugal. Biblio 3W. Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. [En línea]. Barcelona: Universidad de Barcelona, 15 de mayo de 2013, Vol. XVIII, nº 1025. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-1025.htm>. [ISSN 1138-9796].